Seguidores da velhinha charmosa - Globo Barra de 22 maio 2016




Confraria Rio Vespa celebra os 70 anos da moto com passeios pela Barra

Grupo se reúne na Praça do Ó, de onde sai para as ruas da cidade e para a serra




RIO — Quem mora na Barra já deve ter percebido que há uma turma de meia-idade desfilando pelas ruas do bairro com umas “motinhos” antigas. Se tiver vontade de abordá-la, evite se referir assim aos veículos. Também não os chame de scooters ou lambretinhas. O nome correto é Vespa. Isso é tão importante para quem gosta que existe a Confraria Rio Vespa Clube, com 25 integrantes, a maioria da região da Barra. A dica é válida, pois este ano a moto completa 70 anos, e os passeios e eventos serão intensificados para comemorar.

O economista Ricardo Castellões, morador da Barra, conta que o clube foi fundado em novembro de 2010 para reunir os apaixonados pelo veículo clássico, que custa a partir de R$ 5 mil. A turma costuma se reunir na Praça do Ó ou na Gávea, de onde sai para passeios pela cidade ou pela Serra.

— Nós nos reunimos em torno de um gosto comum e saímos para passear e fazer novos amigos. Às vezes, a pessoa nos vê e nos aborda para dizer que tem uma Vespa parada na garagem. E assim alguns acabam se juntando à confraria — diz.

José Varanda, morador de Petrópolis, diz que não tem distância que atrapalhe sua paixão pela Vespa:

— Eu deixo a moto aqui na Barra e venho dar uma volta com os amigos, quando os passeios não são por Petrópolis ou outro lugar da Região Serrana.

A Vespa é uma moto antiga, que começou a ser fabricada em 1946. Os modelos usados pela turma da confraria são, na maioria, dos anos de 1980. Engana-se quem aposta na fragilidade e pensa que é um brinquedinho. Seu motor de dois tempos tem 200 cilindradas, e ela pode atingir velocidade superior a 100 quilômetros por hora, o que não é recomendado, já que a aerodinâmica não é das mais modernas.

— O motor fica do lado direito, o que gera um desequilíbrio de peso, que se tenta compensar com o estepe dianteiro posto do outro lado. O freio também não é muito seguro. Mas com pouco tempo é possível se adaptar e se divertir — garante Castellões.

A Piaggio, fábrica italiana, deixou de produzi-la em 1992, e há dificuldade para fazer manutenção e encontrar peças de reposição, o que, para o engenheiro civil Alexandre Risso, outro morador da Barra, é facilmente compensado:

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— A Vespa consegue resgatar o espírito do antigo motociclista. Como tem manutenção precária, ela estimula a parceria, a colaboração e a ajuda mútua.

Risso tem outras quatro motos (todos os integrantes do clube possuem mais de uma) e já rodou por Brasil, Chile e Estados Unidos. Garante que a sensação de pilotar uma Vespa é inigualável:

— Passear de Vespa é fazer um passeio contemplativo. Não tem desempenho, não tem potência; tem astral. A gente brinca, questionando: como é que uma coisa tão barata consegue proporcionar tanto prazer?.

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