Confraria Rio Vespa celebra os 70 anos da moto com passeios pela Barra
Grupo se reúne na Praça do Ó, de onde sai para as ruas da cidade e para a serra
RIO — Quem mora na Barra já deve ter percebido que há uma turma de meia-idade desfilando pelas ruas do bairro com umas “motinhos” antigas. Se tiver vontade de abordá-la, evite se referir assim aos veículos. Também não os chame de scooters ou lambretinhas. O nome correto é Vespa. Isso é tão importante para quem gosta que existe a Confraria Rio Vespa Clube, com 25 integrantes, a maioria da região da Barra. A dica é válida, pois este ano a moto completa 70 anos, e os passeios e eventos serão intensificados para comemorar.
O economista Ricardo Castellões, morador da Barra, conta que o clube foi fundado em novembro de 2010 para reunir os apaixonados pelo veículo clássico, que custa a partir de R$ 5 mil. A turma costuma se reunir na Praça do Ó ou na Gávea, de onde sai para passeios pela cidade ou pela Serra.
— Nós nos reunimos em torno de um gosto comum e saímos para passear e fazer novos amigos. Às vezes, a pessoa nos vê e nos aborda para dizer que tem uma Vespa parada na garagem. E assim alguns acabam se juntando à confraria — diz.
José Varanda, morador de Petrópolis, diz que não tem distância que atrapalhe sua paixão pela Vespa:
— Eu deixo a moto aqui na Barra e venho dar uma volta com os amigos, quando os passeios não são por Petrópolis ou outro lugar da Região Serrana.
A Vespa é uma moto antiga, que começou a ser fabricada em 1946. Os modelos usados pela turma da confraria são, na maioria, dos anos de 1980. Engana-se quem aposta na fragilidade e pensa que é um brinquedinho. Seu motor de dois tempos tem 200 cilindradas, e ela pode atingir velocidade superior a 100 quilômetros por hora, o que não é recomendado, já que a aerodinâmica não é das mais modernas.
— O motor fica do lado direito, o que gera um desequilíbrio de peso, que se tenta compensar com o estepe dianteiro posto do outro lado. O freio também não é muito seguro. Mas com pouco tempo é possível se adaptar e se divertir — garante Castellões.
A Piaggio, fábrica italiana, deixou de produzi-la em 1992, e há dificuldade para fazer manutenção e encontrar peças de reposição, o que, para o engenheiro civil Alexandre Risso, outro morador da Barra, é facilmente compensado:
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— A Vespa consegue resgatar o espírito do antigo motociclista. Como tem manutenção precária, ela estimula a parceria, a colaboração e a ajuda mútua.
Risso tem outras quatro motos (todos os integrantes do clube possuem mais de uma) e já rodou por Brasil, Chile e Estados Unidos. Garante que a sensação de pilotar uma Vespa é inigualável:
— Passear de Vespa é fazer um passeio contemplativo. Não tem desempenho, não tem potência; tem astral. A gente brinca, questionando: como é que uma coisa tão barata consegue proporcionar tanto prazer?.
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